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| Carta à igreja em Esmina |
✔Querido amigo,
Hoje temos como propósito estudarmos a segunda carta de Jesus enviada às igrejas da Ásia. Vamos estudar a carta escrita à igreja em Esmirna ▶ Apocalipse 2:8-11.
Então, esta é a segunda carta escrita por João, carta ditada por Jesus para mais uma das sete igrejas.
Agora, sempre é bom lembrar que essas igrejas eram independentes. Eram formadas pelas pregações dos cristãos que testemunhavam da nova vida em Cristo.
Como sabemos, naqueles dias, essas igrejas eram estabelecidas nos lares. Não havia templos ainda, não havia locais designados para a proclamação do evangelho, para a reunião dos cristãos.
Eram nas casas, nos ambientes informais dos lares, que as pessoas conheciam o poder do evangelho e assim se convertiam. Assim passavam das trevas para a luz.
É importante lembrarmos que não havia uma estrutura denominacional ou hierárquica entre as diversas comunidades. A unidade era estabelecida:
- ▶pela mesma fé,
- ▶pela mesma doutrina,
- ▶pela submissão ao Senhor da igreja, ao Senhor Jesus Cristo.
Por isso mesmo, embora fossem na mesma região, todas pertencentes à província Romana da Ásia, havia necessidade de sete cartas bem diferentes em que Jesus destacou aspectos específicos para cada uma dessas igrejas.
Isso reforça a importância de se respeitar a autonomia de cada grupo, e por isso então, sete cartas.
Essas sete igrejas se encontravam numa área relativamente pequena.
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| Carta escrita ára a igreja de Esmirna |
Uma pessoa que fosse entregar essas cartas a cada igreja viajaria num circuito de mais ou menos 500 km, ou seja, uma viagem de 250 km de ida e 250 km de volta.
Nessa pequena área da Ásia, essas sete igrejas demonstravam características bem distintas. Porém, todas elas muito bem conhecidas pelo Senhor Jesus.
É interessante notarmos que Jesus não enviou uma carta ao bispo da Ásia. Não existia qualquer ofício de líderes regionais entre as igrejas primitivas.
Para resolver de uma vez por todas as questões nas várias igrejas, Jesus escreveu ou ditou, pediu para João escrever, sete cartas.
Embora tenhamos que admitir que quando Paulo deixou Timóteo em Éfeso, provavelmente na metade da década de 60, ele confirmou ao seu discípulo que:
"Quando eu estava de viagem rumo da Macedônia, te roguei que permanecesse ainda em Éfeso, para admoestares a certas pessoas a fim de que não ensinem outra doutrina, nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que antes promovem discussões do que o serviço de Deus na fé" (conforme 1ª Timóteo 3:4).
Paulo deixou Timóteo, mas Timóteo não era o bispo daquela região ou a autoridade maior sobre as diversas comunidades asiáticas! Mas ele podia e deveria ajudá-las a se desfazer dos hereges que queriam perverter a sã doutrina do evangelho.
Então, é possível perceber que essas igrejas não eram subordinadas à autoridade de alguma hierarquia. Não havia laços estruturais entre essas congregações. Havia sim, o cuidado apostólico por todas as comunidades cristãs.
Cada congregação dirigia a sua própria vida, com seus próprios desafios e sua própria personalidade.
Por essa razão, cada comunidade recebeu uma mensagem direta da parte de Jesus, o Senhor da igreja, que conhece todos os detalhes das nossas vidas individuais ou comunitárias.
Como seria a carta que Jesus escreveria para a sua comunidade? 🤔É!
Para a comunidade de você que está me ouvindo agora?
Cada comunidade cristã deveria responder, deveria reagir às observações, às avaliações que Jesus fazia sobre cada uma delas. Individualmente deveriam dar uma satisfação ao Senhor da igreja.
E hoje, nos dias em que estamos vivendo, muitas pessoas fazem questão e até lutam por denominações, e querem preservá-las e valorizá-las além do que necessitam.
Como disse um estudioso, contrário às denominações, as pessoas que querem seguir hoje em dia as instruções do Novo Testamento devem se lembrar desse fato:
"Não há base bíblica para se criar ou manter organizações religiosas ligando as congregações. As hierarquias nas denominações e as conferências e congressos estaduais, regionais, nacionais, e até internacionais são invenções dos homens."
Particularmente,EU, eu mesmo não creio que seja algo errado termos denominações. Temos diferenças de interpretações.
Mas quando se dá um valor maior para elas, em detrimento do valor que devemos dar à sã doutrina, aí sim, eu creio que corremos um sério risco!
Porque somos diferentes, pensamos de modos diferentes e temos experiências diferentes, eu creio que Deus permitiu a existência das denominações, porém, temos que nos lembrar que somos todos, formamos todos um só corpo, porque temos um só Senhor.
Somos o corpo de Cristo, e é a voz Dele que devemos ouvir com atenção.
E para atentarmos para a mensagem do Senhor, precisamos conhecer esta cidade e esta igreja de Esmirna. Necessitamos conhecer então, em primeiro lugar:
▶A CIDADE DE ESMIRNA
Para não perdermos nenhum detalhe das palavras inspiradas pelo Senhor, dirigidas a essa igreja.
O nome Esmirna vem do latim, que significa mirra. Esta é uma antiga e florescente cidade situada na costa ocidental da Ásia Menor, à entrada de uma linda baía.
Atualmente, assim como nos dias do Novo Testamento, é um centro de comércio dos países orientais.
Atualmente é uma província pertencente à Turquia, e hoje o nome dessa cidade é Izmir, onde vive uma população de aproximadamente um quarto de milhão de habitantes.
Essa cidade ficava aproximadamente a 60 km ao norte de Éfeso. Ela foi fundada por volta do ano 1000 aC. pelos gregos.
Em 627 a 600 mais ou menos aC., essa cidade foi dizimada, e ela era uma colônia grega. Ela foi dizimada pelos lídios, passando a ser apenas um vilarejo.
Aproximadamente no terceiro século, por volta do ano 200 aC., ela foi reconstruída por Lisímaco e tornou-se rapidamente um dos grandes centros asiáticos, tornando-se também um importante representante do Império Romano na Ásia.
Uma das cidades mais belas da região. A cidade que estivera morta, ela reviveu.
E por esse passado tão específico, certamente os cristãos esmirnos entenderam quando Jesus, referindo-se a eles, apresentou-se como aquele que esteve morto e tornou a viver, conforme o versículo 8.
Em Esmirna, eram oferecidos cultos a Sibeles, cultos ao Imperador que se tornara obrigatório. Mas ali também havia templos dedicados a Zeus, a Apolo, a Afrodite, a Nemesis e a Esculápio.
Por sua devoção à Roma, em 195 aC., a cidade foi escolhida e ali se construiu um templo a deusa Roma. É! A capital do Império, era considerada como uma deusa!
Em 26 aC., a cidade obteve autorização de construir um templo ao Imperador Tibério.
▶POLICARPO
Policarpo foi um dos primeiros dirigentes cristãos e se destacou ao escrever a sua carta aos Filipenses.
Ele era discípulo de João, o autor do livro de Apocalipse. E ele construiu uma ideologia do martírio como algo glorioso que o cristão poderia ter porque estava sofrendo em nome de Jesus Cristo.
Esse Policarpo era um polemista, e enfrentou Marcion, o herege.
E diante de tamanha idolatria e adoração a homens, ele deu a sua vida, sendo martirizado numa fogueira, e morreu testemunhando de Jesus Cristo, em 156, como um mártir, vítima da perseguição romana, já quando já era bem idoso, aos 86 anos...
Agora em segundo lugar, precisamos conhecer também um pouco da história dessa comunidade cristã.
▶A igreja cristã em Esmirna
Como mencionamos, Esmirna significa mirra, uma erva amarga, nome bem apropriado para uma cidade que era amarga para com os cristãos. Cristãos que foram fiéis até a morte!
Entende-se que o evangelho chegou até aquela localidade através do resultado da evangelização de Paulo em Éfeso, conforme Atos 19.
Certamente, como em outras cidades, o evangelho enfrentou forte oposição por parte dos judeus e dos gentios.
A carta dá a entender que a comunidade cristã sofria perseguição bastante hostil por parte dos não cristãos.
Pelo fato de Jesus não condená-la, aparentemente essa igreja era bem-sucedida espiritualmente.
O elogio feito e o estímulo para continuarem fiéis nos oferecem o tema para a compreensão dessas palavras dirigidas por Jesus à igreja.
▶A mensagem que o Senhor trouxe a essa igreja serve para todos nós, para todas as igrejas cristãs.
Esta, na verdade, é a menor das sete cartas que Jesus enviou às suas igrejas na Ásia, e nela o Senhor Jesus chama a atenção da sua igreja para a importância da fidelidade.
Por isso, ao estudarmos esta carta, vamos dar-lhe o título seguinte:
▶A IMPORTÂNCIA DA FIDELIDADE: carta à igreja em Esmirna
Eu repito. Esse é título, então, com base em Apocalipse 2:8 -11. A importância da fidelidade: carta à igreja em Esmirna.
Querido amigo, a fidelidade é uma característica cristã. Na verdade, é um dos aspectos do fruto do Espírito, conforme Paulo mencionou quando escreveu aos Gálatas:
"Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, FIDELIDADE, mansidão e domínio próprio." (Gálatas 5:22-23)
Certamente, nós sozinhos, sem a presença poderosa do Espírito Santo, não conseguimos desenvolver essas virtudes.
Mas quando nos esvaziamos e permitimos que Ele nos encha, conforme Efésios 5:18, esses frutos, esses aspectos do fruto do Espírito, podem ser vistos em nós.
Assim, a fidelidade, requisito de Jesus para os cristãos em Esmirna, poderia ser obtido mediante a ação poderosa do Espírito Santo naquela comunidade.
Por isso, o princípio que extraímos desse texto se encontra nessa frase:
"Diante da avaliação de Jesus, é clara a importância da fidelidade como característica marcante em nossas igrejas."
Repito. Esse é o princípio que podemos extrair de Apocalipse 2:8 a 11▶ "Diante da avaliação de Jesus, é clara a importância da fidelidade como característica marcante em nossas igrejas."
Nesses versos, nós vamos encontrar cinco aspectos que compõem essa avaliação de Jesus sobre a sua igreja.
▶O primeiro aspecto refere-se à apresentação de Jesus para sua igreja, conforme o versículo 8,
"Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver."
Ora, essa expressão já foi alvo da nossa atenção conforme o capítulo 1, versículo 17 e 18. Jesus afirma sua eternidade e divindade com a mesma força de expressão usada no versículo 8. É uma afirmação de divindade usada também por Isaías.
A aplicação desse termo a Jesus é uma das muitas provas da sua divindade. Qualquer pessoa ou doutrina que negue que Jesus é Deus necessariamente o trata como um mentiroso, pois Ele alegou ser divino.
"Estas coisas diz o primeiro e o último."
Nessa frase, Jesus começa para esta igreja a mostrar e enfatizar a sua eternidade:
"Eu estive morto e tornei a viver."
Exatamente é a afirmação que nós já tratamos no capítulo 1, versículo 18, mas essa frase destaca a vitória sobre a morte na ressurreição!
Na situação dos discípulos de Esmirna encarando essas perseguições terríveis seria especialmente importante lembrar da Ressurreição de Jesus.
O Senhor deles, o nosso nosso Senhor não fracassou diante da morte. Ele a venceu! Jesus venceu a morte! Então eles sendo fiéis poderiam ter a mesma esperança.
▶O segundo aspecto refere-se à aprovação de Jesus, veja o Versículo 9:
"Conheço a tua tribulação a tua pobreza mas tu és rico e a blasfêmia dos que a si mesmo se declaram judeus e não são sendo antes sinagoga de Satanás."
Ele também olhou com compaixão para aqueles que sofriam em Esmirna. Mesmo assim, Ele não os poupou de toda a dor. Como veremos no versículo 10.
A palavra tribulação aqui significa pressão que vem de fora. Ele conhecia a nossa pobreza, a pobreza de Esmirna. Mas é interessante que Ele diz: você é rico.
Apesar de morarem numa cidade próspera, os cristãos em Esmirna eram pobres. Provavelmente sofriam discriminação por causa da fé e assim tinham se tornado pobres.
É bem possível também que tivessem sacrificado seus recursos em favor do evangelho, como os macedônios também tinham feito para ajudar os irmãos necessitados alguns anos antes, conforme 2ª Coríntios 8:1 a 9.
Mas a pobreza material não tem importância quando há riqueza espiritual. Veja, por exemplo, 3ª João versículo 2.
A situação dos discípulos em Esmirna era muito melhor do que a da igreja de Laodiceia, que se achava rica apesar de ser pobre espiritualmente, como veremos em 3:17.
▶O terceiro aspecto dessa avaliação de Jesus refere-se à admoestação de Jesus à sua igreja
Mas esta é a igreja que, juntamente com Filadélfia, não sofreu nenhuma admoestação divina.
Por isso, podemos passar então para
▶O quarto aspecto dessa avaliação, que refere-se à aceitação dada por Jesus. Veja o versículo 10:
"Não temas as coisas que tens que sofrer. Eis que o Diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, dar-te-ei a coroa da vida.
Querido amigo, não precisamos temer, pois o conforto oferecido por Jesus não é o livramento do sofrimento, não é um conforto passageiro.
Ele animou os discípulos em Esmirna a não desistirem por causa das tribulações que viriam logo. Covardes não têm esperança em Cristo.
Pessoas que fogem da sua responsabilidade diante de Jesus por medo de sofrer não são dignas de ter comunhão com Ele.
Pessoas que ensinam que o servo fiel será próspero e livre de sofrimento nessa vida sinceramente não são pessoas que acreditam nas palavras do Senhor Jesus escritas e enviadas a essa igreja em Esmirna.
Essa frase:
"O Diabo está para lançar alguns de vós na prisão",
o Diabo aqui é visto então como a fonte da perseguição. Alguns seriam presos, provavelmente aguardando o julgamento e possivelmente a morte pelo martírio.
"Vocês serão colocados à prova e tereis tribulação de 10 dias".
O efeito da tribulação seria o de provar a fé desses cristãos. A tribulação prova a nossa fé, nos faz amadurecer.
A nossa lealdade a Cristo seria então testada, e para os esmirnitas foi testada sobre ameaças de morte. Mas a perseguição não continuaria para sempre.
Dez dias sugere um tempo curto, mas sugere um tempo completo. Seria uma aprovação completa, mas ela teria um fim.
Por ter vínculos tão fortes com a idolatria oficial de Roma, Esmirna se tornou uma cidade perigosa para os cristãos. E essa carta, então, fala sobre as perseguições que viriam.
Até décadas depois do Apocalipse, perseguições atingiram seguidores de Cristo nessa cidade. Um dos casos mais conhecidos, que nós já mencionamos, é o de Policarpo. Ele foi morto na sua velhice quando recusou a renegar a sua fé em Cristo.
Uma carta descrevendo o martírio de Policarpo, que aconteceu por volta de 156 d.C., relata as palavras dele em resposta às ameaças dos governantes romanos. Ele disse:
"Por 86 anos eu tenho servido a Ele e nunca Ele me fez nada de mal. Como, então, eu poderia blasfemar contra o meu Rei e Salvador Jesus Cristo?"
Por isso, o Senhor Jesus disse: "Sê fiel até à morte". O fim dessa perseguição, para alguns, poderia ser a própria morte. Mesmo assim, deveriam ser fiéis.
Às vezes arrumamos qualquer desculpa para não fazer algo que Deus pede, mas nada, nem a nossa própria vida, deve ser mais importante do que a nossa fidelidade a Deus.
"Eu dar-te-ei a coroa da vida".
Essa palavra "coroa" refere-se à coroa de vitória. A coroa da vitória que vem de Deus.
▶O quinto aspecto refere-se à atração que Jesus oferece à igreja.
"Quem tem ouvidos para ouvir, ouça". "O vencedor de modo nenhum sofrerá o dano da segunda morte".
Como em todas as cartas, Jesus chama os seus destinatários a ouvirem essa mensagem: "De modo nenhum sofrerão o dano da segunda morte".
A morte primeira poderia acontecer através do martírio, mas a morte segunda, a morte eterna, não aconteceria com aquele que é fiel ao Senhor Jesus.
Querido amigo, espero que você seja encontrado fiel ao Senhor Jesus.
Que o Senhor te abençoe. Um grande abraço.
E até o próximo programa!🙏
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