Graça e paz: significado das bênçãos em Apocalipse 1:4-5 - Carmen Marioni

Graça e paz: significado das bênçãos em Apocalipse 1:4-5

Publicado em 08/06/2024

Significado das bênçãos em Apocalipse 1:4-5
GRAÇA E PAZ: significado das bênçãos em Apocalipse 1:4-5

✔Querido amigo, 


Hoje temos como alvo estudarmos o verso 4 e a primeira parte do verso 5 do primeiro capítulo de Apocalipse. Vamos estudar Apocalipse 1:4 e 5 a primeira parte.

 

"João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da parte dos sete Espíritos que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra." (Apocalipse 1:4 e 5)


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Quando meditamos nessas palavras, percebemos que o seu tema é a saudação que João nos transmite, uma saudação que vem da parte das três pessoas da Trindade.


João faz uma saudação aos seus leitores

▶em nome de Deus,

▶em nome do Espírito Santo

▶e em nome de Jesus.


E ao se dirigir assim, ele começa a descrever Jesus. Descrição essa que será alvo da nossa reflexão no próximo programa. Mas a visão que ele tem do Senhor Jesus plenamente glorificado é realmente impressionante.


Mas aqui, nesses versos, ele demonstra que as três pessoas da Trindade estão envolvidas nesse processo da vinda do Dia do Senhor, e para tanto, desejam graça e paz para todos os cristãos, incluindo você e eu.


Mas como João menciona no seu texto de saudação, essa é uma saudação, essa é uma palavra de profecia que foi dirigida às sete igrejas específicas. Diz assim o texto: "Às sete igrejas que se encontram na Ásia".


Nos capítulos 2 e 3 nós vamos encontrar essas cartas e vamos estudá-las, cartas endereçadas aos anjos de sete igrejas da Ásia. Tudo isso indica que eram igrejas reais que existiam naquela época, mas não eram as únicas igrejas da Ásia.


No primeiro século, certamente havia outras igrejas, por exemplo, existiam igrejas em outros lugares da Ásia, como por exemplo, em Trôade (Atos capítulo 20), em Colossos conforme Colossenses 1:1, e em Hierápolis conforme Colossenses 4:13.


Enfim, outras igrejas. Porém, Jesus escolheu sete igrejas, talvez como o número completo e simbólico que representassem as características das igrejas da região.


Mas se esse livro fosse levado de uma a outra igreja, na ordem das cartas conforme nós encontramos descrito nesse capítulo primeiro, a viagem seguiria mais ou menos essas distâncias aproximadas:


▶Partindo de Éfeso, indo a 65 Km ao norte, se chegaria a Esmirna.

▶E seguindo mais 95 km estaríamos no ponto mais ao norte do circuito, Pérgamo.

▶Daí, seguiria a estrada ao sudoeste, passando por Tiatira, isso é, 70 km de Pérgamo.

▶E continuando por mais 50 km, chegaremos até Sardes.

▶Em Sardes, continuaremos o nosso trajeto por mais 43 km ao sudeste, e aí estaríamos em Filadélfia.

▶Aproximadamente 75 km de Filadélfia, chegaremos a Laodicéia, a qual ficava numa rota comercial que voltava para Éfeso, onde essa viagem tinha começado.


Sendo esse o roteiro e sendo que cada igreja receberia uma mensagem específica, o que unia elas todas era o quê? O desejo de toda Trindade que elas usufruíssem, que elas gozassem da graça e da paz que só podem ter origem divina.


Essas igrejas, querido amigo, que na verdade representam todas as igrejas de todos os tempos, incluindo as nossas igrejas dessa geração, recebem então da parte de Deus Pai, da parte do Deus Filho e da parte do Deus do Espírito Santo o desejo que nos edifiquemos na sua graça e na sua paz.




Diante disso, então, para refletirmos sobre esse versículo e sobre essas palavras, damos a esse verso o seguinte título:



▶AS BÊNÇÃOS DA GRAÇA E DA PAZ

As bênçãos da Graça e da Paz, Apocalipse 1:4 e 5. Na sua saudação, João expressa suficiência de Deus para sua igreja.


Diante da pressão externa que as igrejas sofriam, pressão decorrente da influência dos pensamentos gregos e romanos, João, na sua saudação, demonstra suficiência divina em relação à igreja.


Graça e Paz era a saudação tradicional das cartas do Novo Testamento, “graça e paz da parte de”, nessas versões 4 e 5 sobre os quais nós estamos refletindo nesse programa, essa expressão é repetida por três vezes, dando então ênfase à origem divina da revelação.


À vida sobre a graça, e à vida que usufrui da paz que só podem ter origem em Deus é esta a saudação que João está transmitindo para nós.


Nessa afirmação, João expressa o senhorio e a suficiência de Deus, sua plena superioridade, domínio e poder sobre tudo e sobre todos. João então encontra esse senhorio ao enxergar Deus no templo em toda a sua glória, assentado no trono.



▶O Espírito Santo, que está diante do trono, é descrito como “Os sete espíritos de Deus", comparado ao candelabro de sete lâmpadas.



E Cristo à frente do trono, comparado ao altar, lugar onde o sangue do cordeiro derramado concede testificação, vitória e autoridade sobre as nações.


Querido amigo, se você está vivendo tempos difíceis, não desanime, por quê? Porque são nas maiores adversidades da vida que o poder de Deus se manifesta, que o poder do Senhor se revela a nós, e aí a sua graça e a sua paz permanecem para sempre.

Graça e paz
As bênçãos da graça e da paz em Apocalipse

Por isso, podemos dizer que esses versos nos oferecem como princípio essa afirmação verdadeira e consoladora:


Todo cristão, diante das adversidades, deve confiar, pois a Trindade pode conduzir nossas vidas com graça e paz.


Eu repito, esse é o princípio que encontramos nesse versículo 4 e 5 de Apocalipse: todo cristão, diante das adversidades, deve confiar, pois a Trindade pode conduzir as nossas vidas com graça e paz.


E nesse texto encontramos três verdades para que mesmo diante das adversidades, todos cristãos confiem firmemente na condução divina.



A primeira verdade sobre a condução divina mostra que:

▶Deus é eterno!

Subsiste para sempre, e é poderoso para nos cuidar. Vamos definir e trabalhar com essa ideia de Deus o Pai sendo eterno através de três considerações:



Deus é!

Isto é: Aquele que é, Aquele que era, e Aquele que há de vir. Embora essa descrição possa identificar qualquer uma das pessoas da Trindade, qualquer uma das pessoas Divinas, aqui se refere ao Pai, pois ainda serão apresentadas outras duas pessoas da Trindade com suas características peculiares.


Quando Deus se revelou a Moisés, depois que esse perguntou-lhe como apresentaria, Deus lhe disse. Veja bem, foi o próprio Moisés que registrou isso: “Eu Sou o que Sou, eu Sou me envia a vós outros".


Ao definir assim a Deus, João estava comunicando essa grande verdade para nós: Deus é! Para Deus não há passado, presente, e futuro. Sabe por quê? Porque Deus é! Mas ao mesmo tempo, João fala que Deus era.


“Aquele que é, aquele que era.”


Isso quer dizer, e é um significado importante, é importantíssimo que entendemos, é significado: Deus era desde o princípio, isso é, ele é quem criou tudo, inclusive o próprio princípio.


Ele criou o tempo, ele criou todas as coisas, não havia absolutamente nada, e lá na eternidade passada, Deus criou tudo, absolutamente tudo. 



Mas João ainda descreve que:

Esse Deus há de vir!

Ora, todas essas expressões para descreverem Deus são na verdade uma paráfrase do incomunicável nome de YHWH, que existe por si só, e é imutável.


Por ser indeclinável, por ser essa designação indecifrável aqui se denota a sua imutabilidade: Deus é, ele era, ele há de vir. Mas logicamente, esse Deus que é, e que era, e que há de vir, esse Deus que há de vir está na pessoa do seu Filho, na pessoa de Jesus Cristo.


Deus se manifestará na história na pessoa do Senhor Jesus. E exatamente esse é o tema de Apocalipse, porque o grande tema de Apocalipse, qual é? 


É a vinda de Jesus Cristo!


Se diz que ele é aquele que virá, embora o Pai e o Filho sejam um, é certo que são distintos, e quem virá será o Senhor Jesus.



Por isso então, chegamos à segunda verdade:

Que é a condução divina

Ela mostra que o Espírito Santo está sempre presente, dando sabedoria a todo cristão. Lembre-se que nós fomos saudados com a graça e a paz do Senhor, mas primeiramente, quem nos saudou dessa maneira foi o Pai, e agora, essa é a segunda verdade.


Então, dessa maneira, quem nos saúda é o Espírito Santo.


Três observações com relação ao Espírito Santo: O Espírito Santo é Deus!



➡O Espírito Santo é uma pessoa

▶porque tem inteligência,

▶conhecimento próprio,

▶autodeterminação,

▶consciência moral,

▶e emoções, e portanto temos a capacidade de nos relacionar com ele.



➡O Espírito Santo é o próprio Deus

Destacado nas escrituras sob diversos nomes, e esses nomes representam a sua divindade quanto da obra redentora. Representam a terceira pessoa da Trindade, sendo instrumento de ação de Deus na vida do homem, do cristão, e também na vida da igreja.


A segunda observação que nós devemos fazer então, é que o Espírito Santo tem uma relação com esses sete Espíritos.



▶Quem são esses sete Espíritos?

Outras passagens mostram que na verdade é só um Espírito, e assim Jesus e os apóstolos frequentemente falavam do Espírito Santo sempre no singular. Entretanto, é bom lembrarmos do texto de Isaías em que o profeta menciona o rebento que viria e sobre ele repousaria:


o Espírito do Senhor,

segundo: o Espírito da sabedoria,

terceiro: o Espírito do entendimento,

quarto: o Espírito do Conselho,

quinto: o Espírito de Fortaleza,

sexto: o Espírito de Conhecimento,

e sétimo: o Espírito do temor do Senhor, conforme Isaías 11:2.


Querido amigo, é importante interpretarmos corretamente essa expressão, porque ela é usada mais vezes aqui no Apocalipse.


Esses sete Espíritos no presente texto provavelmente não devem ser interpretados como um grupo de anjos, mas como a plenitude do único Espírito, conforme Efésios 4:4.


Paulo diz que a um só batismo, uma só fé, uma só esperança, um só Espírito. Esse Espírito foi dado às sete igrejas, foi dado a todos nós, isso é, a igreja toda. Nenhuma igreja local está sem a sua voz e suas forças.



E em terceiro lugar,

▶O Espírito Santo está diante do trono de Deus

É assim que João o descreve. Sabendo então que sete representa algo completo ou perfeito, o sentido mais provável é da perfeição do Espírito Santo.


▶A pedra do sacerdote Josué tinha sete olhos (Zacarias 3:9).


▶Diante do trono de Deus se encontram sete tochas, que são os sete Espíritos de Deus, conforme Apocalipse 4:5.


▶Os sete olhos do cordeiro são sete Espíritos de Deus enviados por toda terra, conforme Apocalipse 5:6. 


Ora, embora nenhum versículo absolutamente afirme que os sete Espíritos sejam o Espírito Santo, ele surge aqui entre Deus o Pai e Jesus o Filho.


A sua colocação entre as outras duas pessoas divinas apoia a interpretação de que o Espírito Santo ou esses sete Espíritos são na verdade o Espírito Santo. Portanto, não são anjos ou quaisquer outros seres celestes, não! Está refutado essa ideia!


Aqui é o Espírito Santo,

e Dele é que podem vir então graça e paz!


A terceira pessoa da Trindade que é descrita aqui é o Senhor Jesus. Ele é o soberano sobre todos e está no controle das nossas vidas. Veja bem o que temos sobre o Senhor Jesus: três implicações importantes.



▶JESUS É A FIEL TESTEMUNHA

Fiel testemunha, isso significa que ele é o sim e o Amém das promessas. Nós lemos isso lá em 2 Coríntios capítulo 1 versículo 20 a 22. Ele é o cavaleiro chamado fiel e verdadeiro, Apocalipse 19:11.


Jesus, querido amigo, é a fiel testemunha, pois tudo que ouviu do Pai, ele transmitiu aos seus discípulos.


Ele é fiel testemunha também porque ele ensinou a verdade e a confirmou. Confirmou essa verdade com seus feitos e milagres. Testemunhou e foi fiel em apresentar a realidade do seu ensino.


Ao criar aqui e em Apocalipse 3:14 o predicado de Cristo como testemunha, quando João cria esse predicado tanto nesse versículo como em 3:14, João não está pensando somente em que o Senhor defendeu a verdade de Deus pela palavra, porque esse é o entendimento de 1 Coríntios 6:13 e de João 8:37.


O conceito de testemunha é mais aprofundado. Ele contém um empenho com a palavra e com a vida. A testemunha, no grego "Mártires" é no nosso livro a testemunha de sangue.


Por isso então, podemos em segundo lugar, perceber que



▶Cristo é o primogênito dos mortos

Essa é uma expressão importante também. Isso é, Jesus não foi o primeiro a ser ressuscitado, mas ele tem a primazia sobre todos, conforme Colossenses 1:18.


Aquele que ressuscitou-se e tem o domínio sobre todos, envia então uma mensagem para confortar os perseguidos: “graça e paz”.


Dentre esses perseguidos, certamente são incluídos aqueles que morreriam por sua fé. O Salmo 2:7, nós lemos:


"Tu és meu filho, eu hoje te gerei."


Isso é, na ressurreição. Pela ressurreição, eu hoje te gerei. Foi nessa ocasião historicamente que a sua filiação divina, como Deus-homem, foi manifestada e foi abertamente testemunhada pelo Pai. Jesus de fato é esse Deus encarnado, o Filho de Deus, aquele que nos transmite graça e paz.


as bênçãos em Apocalipse 1:4-5
GRAÇA E PAZ: as bênçãos em Apocalipse 1:4-5




Mas querido amigo, João ainda mostra que:

▶Jesus é o soberano dos reis da terra

Jesus não domina apenas os servos fiéis, ele é o soberano dos reis humanos. Por exemplo, veja Daniel 4:32. Ele governa os governantes, incluindo aqueles que perseguiriam os cristãos. A Bíblia afirma que Jesus é o soberano dos reis da terra.


Pedro diz que os poderes estão sujeitos a Jesus. Paulo disse que todas as coisas já foram colocadas debaixo dos seus pés. E no Apocalipse, Jesus mesmo disse que já recebeu essa autoridade do Pai.


Essa expressão "soberano dos reis da terra" é básica e vital para o nosso entendimento sobre o poder do Senhor Jesus Cristo.


Querido amigo, as ferramentas que o adversário de Cristo escolheu para si e pelas quais ele foi reconhecido como o seu rei maior, isso é, são os reis da terra.


Em consonância com o Salmo 2, eles repetidamente aparecem como os inimigos de Deus e de Cristo. Nós lemos isso lá em Isaías 24:21 e em vários textos de Apocalipse.


Sua austeridade incendiou-se quando o Messias foi instalado como Rei maior. Desse modo, eles se tornam cativos do príncipe desse mundo, esses reinos, e passaram a ser vassalos desse grande antagonista do Senhor Jesus.


Mas agora estão todos sob o encanto da mulher e do cetro da besta. Diante desse plano de fundo, a designação de Jesus como soberano dos reis da terra é uma designação especial. É o programa da ascensão e o programa do presente livro.


Crucificado, Jesus foi ressuscitado e ele governa até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.


Querido amigo, eu concluo essa reflexão dizendo que você tem que dar toda atenção para ela porque ela é uma palavra profética, é a voz de Deus.


Essas afirmações vão de encontro, são contrárias à dura experienciada que a igreja do primeiro século vivia.


Dificuldades teremos, mas podemos ter certeza de que temos a graça e a paz do nosso Deus ao nosso lado🙏.Um grande abraço, o Senhor te abençoe. Até o próximo programa.




Por Dr. J. Vernon McGee © Thru the Bible Radio Network, www.ttb.org

Fontes:
Bíblia sagrada
Programa através da Bíblia


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